Plano de carreira do gerente de projetos
Melhorar ou trocar de emprego está no topo da lista dos desejos da grande maioria da população no ano que se inicia, entretanto planejar como alcançar as metas, na maioria dos casos, é mais importante do que ter uma lista delas, nós gerentes de projetos sabemos bem disso. Neste contexto, analisar as expectativas do mercado e se preparar para atendê-las é essencial para se destacar e obter sucesso. Neste primeiro artigo de 2015 farei uma breve análise de alguns dados publicados pelo PMI até dezembro, a respeito do cenário para o gerenciamento de projetos e habilidades esperadas pelos empregadores para os profissionais da área, os quais podem direcionar a elaboração do plano de carreira do gerente de projetos.
A boa notícia, logo de início, diz respeito a demanda de profissionais em gerenciamento de projetos. Estima-se que até 2020 mais 1,57 milhões de empregos serão criados anualmente em todo o mundo, segundo o Project Management Talent Gap Report do PMI. Tal fato deve-se ao aumento da percepção das organizações sobre o retorno do investimento na capacitação em gerenciamento de projetos. Números divulgados em 2014 no snapshot The High Cost of Low Performance, também do PMI, trouxeram que as empresas desperdiçam $109 milhões a cada $1 bilhão investido em projetos devido a baixa performance em gerenciamento de projetos. O mesmo painel traz que empresas que possuem melhores níveis de gerenciamento de projetos alcançam o dobro de suas iniciativas estratégicas, com um total de 76% de iniciativas estratégicas bem sucedidas contra 38% das empresa que não performam bem em seus projetos. Deste modo, em um cenário econômico restrito e extremamente competitivo, cada vez mais os empregadores demandam por profissionais em gerenciamento de projetos, programas e portfólio, com a maior gama de habilidades possíveis para apoiar as estratégias corporativas.
Diante de um cenário tão favorável o grande problema que as organizações estão enfrentando é a falta de mão-de-obra qualificada em gerenciamento de projetos. Segundo outro estudo do PMI, The Competitive Advantage of Ef fective Talent Management, 4 a cada 5 empresas apontam problemas em encontrar profissionais qualificados para as vagas de gerentes de projetos.
Apurando o que foi citado até então é evidente que a capacitação em gerenciamento de projetos maximiza os resultados das organizações e, dado a demanda do mercado, com certeza trará bons frutos para a carreira daqueles que melhor se capacitarem. Para tal, os profissionais precisam analisar seu perfil, identificar as lacunas e trabalhar para preenchê-las da forma mais breve e completa possível. Durante a carreira um gerente de projetos elabora inúmeros planos de projetos, composto por vários planos pertinentes as áreas de conhecimento, outros tantos planos complementares, tudo isso sem contar planos para iniciativas que não são projetos, mas que as empresas tendem a destinarem estes profissionais a deixá-las organizadas. Então por quê não utilizar esta habilidade tão latente em nosso perfil e elaborar o plano de carreira do gerente de projetos?
Um excelente direcionador para o plano pode ser o Triângulo de Talentos do PMI, o qual estabelece 3 grupos de habilidades necessárias para os profissionais de gerenciamento de projetos, são elas: habilidades técnicas, habilidades de liderança e gerenciamento estratégico e de negócios. Dentro de cada um destes grupos de habilidades existem inúmeros métodos, metodologias, ferramentas etc, que o gerente pode trabalhar em seu perfil, por isso a identificação dos gaps e delimitação de metas são imprescindíveis para um plano coeso.
Abaixo segue alguns outros números interessantes extraídos do relatório Skills Employers Need from Project Professionals distribuídos pelas habilidades do triângulo de talentos que também podem auxiliar na elaboração do plano de carreira do gerente de projetos:
CONCLUSÃO
O aumento da visibilidade e importância estratégica que os gerentes de projetos, programas e portfólios estão adquirindo nas organizações, devido aos bons resultados extraídos do bom gerenciamento de projetos, gera aumento na demanda de profissionais com esta expertise no mercado, e com isso, um leque de oportunidades de crescimento profissional se abre para aqueles que melhor se qualificarem. Todavia, assim como em qualquer outra frente na vida, é imprescindível se qualificar para tirar proveito, impulsionar a carreira e fazer com que a “sorte” bata a porta. A busca por conhecimentos e reciclagem do perfil devem ser contínuas dado que as empresas esperam muito mais destes profissionais do que o gerenciamento de projetos “ortodoxo”. É esperado que estes profissionais carreguem consigo um verdadeiro arsenal de ferramentas e técnicas para lidar com as mais diversas situações, nos mais complexos e diferentes cenários possíveis, para maximização dos resultados da organização. Neste contexto a elaboração do plano de carreira é essencial. Ao meu ver, em um ambiente tão dinâmico, como é a carreira em gerenciamento de projetos, cheia de bifurcações que demandarão decisões rápidas, é extremamente necessário que os profissionais planejem seus objetivos e metas, identifiquem suas lacunas, analisem o mercado, planejem o custo, o tempo, o risco etc, para no futuro não se frustrarem por perderem boas oportunidades no mercado ou estarem desempenhando atividades totalmente diferentes de suas expectativas. Os dados apresentados neste artigo bem como inúmeras outras referências podem ser encontradas na seção Pulse of the Profession do site do PMI, e assim como o triangulo de talentos, podem guiá-lo na elaboração da estratégia de sua carreira. Lembre-se você é o protagonista de sua carreira e, se quiser, pode ser o roteirista de uma história digna de Oscar.
